Quem é você nessa história?

Se você for mulher, imagine que está grávida. Se for homem, imagine que em breve será pai. Agora, imagine que você tem uma vizinha que acabou de descobrir uma doença: uma hemorragia contínua que a faz parecer impura diante da sociedade, além de impedir que ela gere um bebê, como você ou sua esposa está gerando. Muito bem. Seu bebê nasceu. É uma menina! Linda, saudável. Quantas esperanças foram geradas junto com ela? Impossível não sonhar com o futuro de um filho, e com o que se pode fazer de melhor a ele no presente. Impossível não criar expectativas a respeito da felicidade da criança, que um dia será uma adulta feliz e realizada. E quanto à vizinha? Continua doente. Para ela não haviam esperanças a respeito de si mesma, e muito menos a respeito de um bebê nascido de seu ventre.

Doze anos se passaram. Sua filha já está uma moça, já aprendeu muitas coisas sobre sua cultura, família, religião. Mas há algo de errado. A saúde da menina não parece boa. De repente as coisas desandam, e sua filha precisa urgentemente de ajuda. Você não aceita perdê-la, afinal, ela só tem doze anos! Ainda há tanto a viver! Então, você ouve falar de alguém que pode salvá-la, e decide ir ao seu encontro. Aquela sua vizinha ainda está na história. Ela já tinha ido a todos os médicos possíveis, e já não havia mais dinheiro para remédios e tratamentos. Ela poderia desistir, mas teve a mesma ideia que você. Ela só ouviu falar... Foi o suficiente para decidir não desistir de si mesma. Você sai de casa primeiro, enfrenta uma multidão para chegar ao destino, e consegue falar com O Cara. O nome dele, você já deve suspeitar, é Jesus. Você explica a ele a triste situação da sua filha, e Jesus aceita ir à sua casa visitar a menina. Mas a sua vizinha também precisava de algo, mas para ela, somente tocar na roupa de Jesus já seria o bastante. Assim como você, ela enfrentou uma imensa multidão que apertava Jesus, e conseguiu tocá-lo. No mesmo instante... No mesmo instante ela recebeu o que precisava. Chega de sangue escorrendo o tempo inteiro. Chega de vergonha. Gostaria que você entendesse que a intenção de sua vizinha não era roubar o milagre de sua filha. É só que, enquanto você conviveu doze anos com alegrias e sonhos que só a presença de uma criança pode trazer, ela conviveu doze anos com desenganos médicos e frustrações pessoais. Sua vizinha talvez nem soubesse que Jesus estava indo até sua casa naquele momento. Tudo o que ela precisava saber era que Jesus é poderoso para fazê-la sarar do mal. Se você perceber que seu milagre está demorando um pouquinho enquanto o de outra pessoa é "imediato", não se preocupe. Lembre-se que essa pessoa, assim como você, carrega uma história.

"Quem me tocou?" foi a pergunta que Jesus fez. Apesar de estar sendo tocado e pressionado por várias pessoas, todos negaram. Todos. Qual seria a razão para aquela multidão estar seguindo Jesus, se eles não tinham coragem de dizer que o haviam tocado? Ainda bem que, na história de hoje, você já se apresentou e disse o seu motivo. Mas, se você não quis se encaixar nos papéis de pai ou mãe da menina, imagine que agora você faz parte da multidão que aperta Jesus. Você teria coragem de se comprometer e dizer "eu tenho te tocado, Senhor" ? Você e eu sabemos que Jesus não estava falando de um toque simples, mas quem poderia adivinhar? Sabe o que eu vejo hoje? Pessoas que seguem Jesus no escuro. Pessoas que negam seu relacionamento com Ele, assim como Pedro, o que deu a resposta óbvia a pergunta de Jesus, o negou tempos depois. Muitos dizem: "eu não te toquei", por medo de um julgamento qualquer, por medo do julgamento do próprio Jesus! Preste atenção no seguinte: Jesus quer te ouvir. Ele quer dizer a você o mesmo que disse àquela que teve coragem de se apresentar: "FILHA, a sua fé te curou". Imagina Jesus te chamando de filha (o)? É só o que ele quer fazer. Ele não quer brigar ou dar sermão. Ele quer confirmar o milagre, e ter um relacionamento.
Certo, agora você é pai/mãe de novo. Alguém da sua casa vai até você e diz: "Não incomode mais Jesus, sua filha está morta." Veja como Jesus se importa: Ele te tranquiliza, vai até sua casa, coloca pra fora todo mundo que atrapalha com falta de fé, segura a mãozinha da menina, e ordena que ela se levante. E, para o espanto de todos, ela se levanta! Você tem sua menina de volta, e precisa alimentá-la. Pronto. Seus sonhos ressurgiram junto com ela, e agora você pode respirar.

Duas histórias distintas. Uma começou com boas notícias, a outra não. Mas as duas caminhavam para o mesmo destino: a morte. Foi a atitude da mulher que a fez mudar e encontrar o que realmente precisava. O tempo inteiro pedi que você se imaginasse como um dos pais da mocinha. Mas agora, imagine-se como a própria mocinha. Se você está doente, sem forças até mesmo para buscar ajuda, quem está por perto para buscar ajuda por você? As pessoas que te cercam intercedem por você, ou são como aquelas que riram de Jesus por ainda tentar realizar o milagre?
Hoje, eu quero que você pense. Você pode ser o pai ou a mãe, pode ser a menina, pode ser a "vizinha", a multidão ou Pedro. Para qualquer um dos integrantes dessa história Jesus tem uma resposta. Para todos Ele tem tempo. Sendo o pai/mãe, não permita que seus problemas te roubem a sensibilidade de perceber que existem outras pessoas precisando de ajuda. Não faça da sua própria vida o centro das atenções. Se for a menina, tenha certeza de que está cercado das pessoas certas. Se for a "vizinha", não deixe que a durabilidade da sua aflição te torne incrédulo e te faça pensar que um túmulo é o seu lugar. Se você estiver fazendo parte da multidão, tenha coragem de dizer a Jesus o que você quer, porquê você tem o seguido. Tenha coragem de assumir diante de todos que você tem fé nele. Jesus quer te ouvir. Se você for Pedro, não se precipite. Saiba que Jesus conta com o seu testemunho e com a sua confiança no que Ele diz.
É isso. Espero que a leitura tenha valido a pena. Que Deus te abençoe.

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