Campo Grande
A minha mente me leva pra Campo Grande diversas vezes ao dia, e à noite também. A imagem das ruas, das padarias, dos sinais, das clínicas da família, das casas, dos cachorros, aparecem coloridas e realistas, quando estou fazendo coisas que não tem absolutamente a ver com aquele bairro. Mas, falando a verdade, o que não tem a ver com aquele bairro pra mim? Nunca morei ali de fato, mas já passei muitos momentos da minha vida lá. E fui feliz na maioria deles. Eu já fui pra lá por estar triste, já fui pra lá por estar feliz, já fui por estar sem água na minha casa, por estar entediada, pra celebrar aniversários, dias das mães, dias dos pais, natais, churrascos sem razão, pra comer peixe, bobós ou risotos de camarão. Já fui pra comer miojo, amendoim, salada de xuxu com cenoura, pudim. Já fui pra Campo Grande só pra matar a saudade. Agora eu vou lá, e a saudade aumenta. Porque nunca foi o lugar que me abraçou. Quem me abraçava era ela. Eu ainda não entendi essa fase. E que vontade de ch...
